terça-feira, 18 de setembro de 2007

irreal

foi quando chegou aquela hora em que ela percebeu que nada havia valido a pena suficiente. ela estava cansada, vestida em trapos, com dores de cabeça e chorando sem porquê. as pessoas passavam ao seu lado sem notá-la e sem senti-la - pra ser sincero, digo até que não sei se ela mesmo se sentia. ela sabia apenas que ali não poderia ficar por muito tempo, e nem daquela forma.
então se levantou daquele canto. olhou-se no espelho e prometeu, pra si mesma - ou pr'quela imagem - nunca mais. NUNCA MAIS. deitou-se da forma que mais lhe agradava e entregou-se á qualquer mundo paralelo em que acreditava, bem longe desse que chamamos de real.

sábado, 8 de setembro de 2007

Um violão guardado;

Nunca soube tocar violão embora me perdesse algumas vezes imaginando, entre outras coisas, o que eu escrevo musicado. Não escrevo bem e nem gosto que muita gente leia minhas palavras mais-que-tortas, mas pra falar a verdade não quero jamais me satisfazer com elas. Acho que quando isso acontecer, não vou mais escrever. Mas voltando ao violão, tive uma vez um. Era um grande, bom, e tinha uma corda a menos. Não era qualquer violão desses que se pode até quebrar no palco e nem daqueles caros, especiais e cheios de frescuras. Era o violão do meu avô que, quando ainda era vivo, havia aprendido a dedilhar algumas das músicas "daquele tempo dos bailes que tenho saudade", como ele mesmo dizia...O violão por aqui ficou, num canto do meu quarto por mais ou menos um ano. Por tardes inteiras arrisquei algumas notas, mas só o que consegui foram barulhos irritantes: o violão estava desafinado.


"E fora, e fora de mim
De dentro afora uma ciência:
Que toda fêmea é bela
Toda mulher tem sua hora
Tem sua hora da estrela
Sua hora da estrela de cinema"
(VELOSO, Caetano)

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Pregos podres. Poderes pregos.

é assim e sempre vai ser desse jeito até o em que você percebe que não pode mais. que as coisas não funcionam como te ensinaram. que a maioria das coisas pelas quais você lutar na vida, vão acabar no nada simplesmente por não valerem a pena.

até que você junta toda vontade por uma noite que termina no nada em nada. ai é só se consolar com uma boa noite de sono. mas aí você acorda com aquela dor de cabeça, aquele mau-humor e aquele desejo de ficar o dia todo trancada no quarto. ok, você o faz...mas não passa.

e agora, fazer o que?
vou radicalizar.