domingo, 11 de maio de 2008

el memoriosa.

uma música. um suspiro. um nó. uma lágrima. lembranças de dias que foram bons. a imaginação flui de forma tão natural que poderia ser matéria da memória. de uma forma inexplicável sinto saudade do que ainda não aconteceu e, ao mesmo tempo desejo loucamente que tudo seja como confabulei. que chegue logo esse dia. que passe logo para se tornar lembrança.

o que escrevo aqui, nesse instante, não passam de divagações que tive ao ler uma entrevista de umberto eco pra folha de são paulo (mais precisamente no caderno mais!). em suas palavras, "a memória é nossa identidade, nossa alma. se você perde a memória hoje, já não existe alma; você é um animal. se você bate a cabeça em algum lugar e perde a memória, converte-se num vegetal. se a memória é a alma, diminuir muito a memória é diminuir muito a alma.". impossível seria não lembrar o conto de borges, funes, el memorioso, também citado pelo u.eco. li o conto quando eu nem pensava em fazer letras. li em espanhol, mesmo sem conhecer a língua, com o dicionário e uma gramática ao lado. conselho de leitura de um professor, um daqueles que se lembra toda a vida, mesmo tendo aula com ele apenas por um ano. li, reli e me emocionei. era aquilo tudo. não é possível e nem é bom se lembrar de tudo, mas basta me lembrar do necessário e suficiente.

voltei no carro pensando no que eu tinha lido. refleti sobre mais diversos temas pra terminar no mais corrente atualmente. é que tenho sentido tanta falta de uma amiga que me peguei imaginando o dia em que ela vai voltar. chorei de emoção como se ela estivesse em minha frente, prestes a pisar de volta em solos brasileiros. não conseguia expressar minha felicidade - ainda não consigo, com toda sinceridade. também relembrei de tanta coisa que já passamos juntas...é, amizade é fogo. agente vicia na pessoa e não vive mais sem. hoje eu sou assim, viciada na carol. ela faz uma falta incompreensível e inimaginável. desde que ela se foi, muita coisa mudou. na verdade, ando mais na minha, mais calada. engulo de volta o que antes seria dito pra ela, independente da seriedade - ou da falta de - e já não me sinto mais a mesma não. se isso é bom ou ruim, não sei. a única certeza que cultivo é que o dia em que ela voltar vai ser um daqueles a serem lembrados para sempre, no hall dos melhores da minha vida.

ps: também linkado á esse assunto, sonhei essa semana com a volta da carol e do cléber - ambos em temporada em londres, inglaterra. mas não foi um desses sonhos bons não...na verdade, eles estavam na sala de embarque/desembarque, do outro lado do vidro, de volta ao brasil. mas eles não pudiam/conseguiam passar o vidro. foi estranho. acordei péssima e sem entender. bom, foi só um sonho...ou um pesadelo. verdade é que daqui á +- 6 meses estaram ambos ao meu lado. amo vocês, meninos da minha vida.

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